PESQUISA SOBRE A PSICOPEDAGOGIA NO RIO DE JANEIRO


A Sessão Rio de Janeiro da ABPp continuando a sua pesquisa sobre a HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA no Rio de Janeiro entrevistou a pedagoga e professora aposentada YONNE MONIZ REIS, também psicóloga do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro- UERJ, sobre as atividades psicopedagógicas na rede do ensino público municipal.

A profa. Yonne trabalhou no Instituto de Pesquisas Educacionais –I.P.E. da Secretaria de Educação e Cultura do Distrito Federal (Rio de Janeiro) acompanhando, assim, o trabalho de Psicopedagogia desenvolvido por diferentes Setores daquele órgão, já na década de 50, do século passado. De seu minucioso relato, acompanhado de explicações sobre os documentos oficiais que possui dessa época, destacaremos apenas alguns dados, aguardando o interesse por uma publicação mais completa de sua entrevista e dos documentos oficiais dessa época.

O I.P.E. desenvolvia atividades pioneiras e bem avançadas para a época buscando avaliar a eficiência na aprendizagem escolar, preocupando-se com os alunos das escolas públicas municipais que apresentavam dificuldades escolares, entre esses estavam os “alunos especiais”. Visava prestar aos escolares com dificuldades uma assistência psico-pedagógica, para isso, procurava sempre aperfeiçoar seus próprios profissionais. Nesse contexto, foi organizado pelo seu Serviço de Ortofrenia e Psicologia, por Resolução Interna, o primeiro CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA. A profa. Yonne, como profissional do Serviço, foi aluna desse curso. Foram professores do curso Lia César Rodrigues, Pedagoga e Técnica em Educação, especializada em Psicopedagogia e Anna Barrafato, Professora e Técnica em Educação.

Em 1957, através da RESOLUÇÃO no. 27, de 19 de junho de 1957, a Secretaria Geral de Educação e Cultura do D.F instituiu, em caráter permanente e aberto aos professores e técnicos em geral, um CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA, cujo Edital no. 6 detalhava sua programação e funcionamento, com opção para estágios para os professores de outros Estados.

Foram lembrados pela entrevistada, nomes de profissionais que dirigiram os Serviços voltados para as dificuldades dos escolares, entre eles o Dr. ARTHUR RAMOS que em 1934, dirigiu a então chamada Seção Técnica de Ortofrenia e Higiene Mental, a professora OFÉLIA BOISSON CARDOSO em 1945, a professora CINIRA MIRANDA DE MENEZES que a partir de 1956 iniciou importante fase do Serviço de Ortofrenia e Psicologia desenvolvendo inúmeras pesquisas com os escolares. Entre elas, iniciou a padronização de testes de inteligência para escolares brasileiros. É importante ressaltar que identificou 15% dos entrevistados como tendo superdotação, contrariando a expectativa de deficiência mental para os alunos com problemas de aprendizagem. Passou-se então a pesquisar por que não aprendiam.

Reflitamos colegas: não estará aí a semente dos estudos de uma Psicopedagogia de base convergente olhando o escolar com dificuldade de aprendizagem não apenas em seu nível intelectual, mas buscando outras variáveis no domínio afetivo-cognitivo-social?

 

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